A Câmara Municipal de Amarante aprovou o projecto de execução da ecopista a construir no canal da Linha do Tâmega, entre a estação de Amarante e o apeadeiro da Chapa. O projecto encontra-se dividido em quatro partes, contemplando a primeira a requalificação do canal e as três restantes a dos espaços exteriores das estações de Amarante e os apeadeiros de Gatão e Chapa.
Com uma extensão de 13,757 metros, a ecopista terá uma largura constante de 3,50 metros, sendo posto especial ênfase no pavimento por se considerar que este “constitui um dos seus principais factores de qualidade e de atractividade, pela capacidade de a tornar praticável ao maior número de actividades”.
Assim, para o troço principal é proposto betuminoso colorido em tons terra, secundado por lancis de nível em madeira tratada. A opção pelo pavimento betuminoso é justificada pelas características de conforto e polivalência que aquele material confere, através do baixo atrito ao rolamento.
Os lancis em madeira tratada, por seu turno, lê-se na memória descritiva do projecto, “representam uma procurada reminiscência ao uso ferroviário anterior (chulipas) e uma correcta ligação ao meio envolvente – que um material mais urbano ou industrial não conseguiria – e formalizam o limite da ecopista, sem, contudo, se constituírem como obstáculos, uma vez que se apresentam de nível”. Como pavimentação secundária nos pontos de atravessamento de vias de comunicação formais é proposta calçada grossa de granito da região, o mesmo acontecendo nos troços de caminhos rurais.
Em termos de mobiliário urbano, cuja instalação visa acrescentar maior conforto na utilização da ecopista, bem como assegurar condições de higiene, limpeza e segurança, será diversificada a intervenção: serão dispostos bancos e papeleiras ao longo da via, em pontos estratégicos e a intervalos convenientes; sobre os taludes abruptos, serão colocados guarda-corpos em madeira, com 1.10m de altura nas situações de possíveis quedas, bem como guarda-corpos metálicos em situações mais construídas, como nas pontes.
Nas intercepções entre o percurso da ecopista e os percursos viários, está prevista uma guarda metálica movível no sentido de criar uma barreira que poderá ser transposta por veículos condicionados e autorizados pelo Município. Para os atravessamentos pedonais projecta-se a existência de pilaretes metálicos para evitar circulação indevida de veículos. Estes atravessamentos serão sinalizados no pavimento para chamada de atenção e abrandamento das bicicletas.
Vegetação existente será preservada
Está contemplada a instalação de sinalética em granito e chapa de duralumínio, que será constituída por marcos quilométricos; painéis informativos de localização, sempre que se pretenda identificar um local pelas suas características paisagísticas, urbanas, culturais e/ou históricas e painéis informativos de direcção. Em termos de iluminação, propõe-se iluminação pública para o troço compreendido entre as estações de Amarante e Gatão, com características mais urbanas, e passível de ser usado para jogging.
No que se refere à vegetação, o projecto de execução da ecopista da Linha do Tâmega prevê a manutenção dos exemplares existentes, e pretende “a criação de uma faixa de circulação fresca, através da densificação arbórea para ensombramento, não obstante serem previstos espaços abertos para criar contraste, luminosidade e abertura visual para pontos de interesse”.
É proposto prado de sequeiro em sementeira para as margens da ecopista e em hidrossementeira para os taludes adjacentes. O prado será florido, de forma a manter interesse visual durante todo o ano e assegurar o cobrimento vegetal do solo. Haverá bocas de rega ao longo da ecopista, equidistantes aproximadamente 50 metros. Estas bocas de rega serão abastecidas a partir da rede pública ou de depósitos de água existentes nas estações e apeadeiros.
O custo estimado para a construção da ecopista da Linha do Tâmega é de, aproximadamente, dois milhões de euros, devendo o projecto vir a integrar uma candidatura no âmbito da Mobilidade Territorial.