A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) entregou na Câmara Municipal de Lisboa (CML) uma proposta para a elaboração duma carta ciclável na cidade. O documento entregue na Câmara foi pedido pelo vereador da mobilidade da CML, aquando da reunião que teve com a FPCUB.
O documento consiste na apresentação de princípios e orientações que têm sido adoptados em diversas cidades europeias, e não só, com vista à promoção de uma mobilidade sustentável que abarque vários objectivos, tais como ambientais, de saúde e bem-estar, descongestionamento das vias e libertação de espaço público, melhorando assim as condições de circulação e de fruição da cidade através dos modos suaves, como é a bicicleta.
A proposta inclui ainda um mapa de rede ciclável para Lisboa onde o princípio seguido foi o de aproveitar a rede viária existente, apontando medidas que visem a integração da bicicleta nas vias de circulação rodoviária. Esta estratégia vai ao encontro das necessidades sentidas pelos utilizadores de bicicleta actuais, que circulam diariamente por Lisboa, tal como foi referido no inquérito realizado pela FPCUB em 2007 e cujos resultados também integram o documento agora apresentado.
Ao mesmo tempo, a estratégia apresentada tem em conta as dificuldades financeiras que a CML atravessa, propondo medidas de fácil execução e sem grandes custos – como é a implementação de sinalização vertical e horizontal – em vez de grandes obras e investimentos, por exemplo, na construção de vias próprias para bicicletas.
A FPCUB reitera a necessidade urgente de se criarem condições de segurança para a circulação de bicicletas nas cidades portuguesas. Em Lisboa, torna-se ainda mais importante investir neste meio de transporte urbano face ao aumento do número de utilizadores de bicicleta que se tem verificado nos últimos anos. No entanto é igualmente necessário promover políticas de âmbito nacional, como a revisão ao Código da Estrada, no sentido de reforçar a prioridade de quem circula em bicicleta ou noutros meios de transporte não-poluentes, em detrimento dos veículos motorizados. Recorde-se a recente morte de dois jovens utilizadores de bicicleta, com 15 e 20 anos, ocorridas em Março de 2008, que resultaram respectivamente de acidentes com um automóvel que circulava em contra-mão e com um camião que circulava dentro de uma rotunda.