Infra-Estruturas Viárias, Trânsito e Mobilidade

O projecto Infra-Estruturas Viárias, Trânsito e Mobilidade (159) irá estar em votação no Orçamento Participativo’12 – Lisboa, entre 17 de Setembro e 31 de Outubro de 2012
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“Bike-Box” nas intersecções rodoviárias semaforizadas de Lisboa | 2012-05-14 16:53:08
Os modos alternativos ao automóvel estão ainda em desvantagem em relação ao investimento/ordenamento das respectivas infraestruturas rodoviárias. Apesar das recomendações do Livro Verde e do Livro Branco no que diz respeito à prioridade do TP e dos modos suaves (andar a pé e de bicicleta), o concelho de Lisboa e a sua cidade principal é ainda um enorme parque de estacionamento e de circulação, com toda uma hierarquia e estrutura da rede rodoviária dimensionada para dar prioridade ao automóvel.

Os impactes negativos que isso traz para o colectivo é por demais já conhecido e pouco se tem feito para inverter esta tendência (ex:o mais recente foi a conclusão da CRIL e o Túnel do Marquês) que, mesmo em período de crise e uma diminuição relativa do volume de circulação automóvel, ainda se mantêm o elevado risco de segurança e diminuição do conforto na circulação pedonal e no TP dentro da cidade, ao ponto de contribuir para uma parte da quebra acentuada da procura em TP. Estes desequilíbrios podem ser atenuados e pode inverter-se estas tendências caso a cidade procure dar prioridade ao TP e aos modos suaves. Nesta proposta, procura-se dar também prioridade ao modo bicicleta dentro da cidade, integrando o veículo de duas rodas dentro da estrutura e hierarquia da rede viária, aliás tal como a FPCUB já tinha proposto em Fevereiro de 2009 à CML. É possível efectuar essa integração através do ordenamento desses eixos viários e completar com esquemas de sinalização horizontal e vertical, sem que haja grandes custos de investimento. É neste sentido que se propõe a sinalização horizontal que evidencie a pintura de “Bike-Box” nas intersecções semaforizadas, à semelhança de tantas cidades europeias (Bruxelas, Londres,etc.) como americanas (New York, S.Francisco, Portland, etc.). Juntamente com essa sinalização, poderá evidenciar-se também a sinalização vertical, permitindo à bicicleta actuar também como “traffic calming” e haver assim uma mobilidade mais sustentável, de ajuda à redução de emissões e poupança energética, ao mesmo tempo que dará às pessoas mais saúde (tal como recomenda o programa WHO da ONU) para circular em modo alternativo ao automóvel e até em combinação com o TP. A introdução das “bike-box” legitimirá assim uma política de mobilidade sustentável mais consequente e coerente com os programas e pactos estabelecidos e recomendados em tantos organismos de transporte, de energia e de saúde, como por exemplo, ver o Pacto dos Autarcas ou a Estratégia para Lisboa Sustentável. Por último recorde-se que num estudo realizado na Áustria e dos resultados obtidos em várias cidades, por cada 5% de transferência modal para a bicicleta, estima-se ter uma poupança em cerca de 450 milhões de euro pelos efeitos positivos de diminuição de doenças. Na Escócia e na República Checa, os planos de transporte já são modelizados em função de projectos HEALTH, de acordo com as recomendações da ONU (programa WHO)em que o modo bicicleta é incentivado. Tal como a prioridade ao TP, a prioridade à bicicleta e ao peão, só podem contribuir para uma maior sustentabilidade no funcionamento das cidades e na qualidade de vida das sua populações. Esta proposta, pode ser um significativo contributo para que tal venha a acontecer e que certamente a CML pode ajudar.

Concelho de Lisboa
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