Campanha Europeia da ECF (European Cyclists’ Federation)
A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta é membro da ECF (European Cyclists’ Federation) e está a apoiar esta campanha no âmbito da utilização da bicicleta nas vilas e cidades europeias.
NÃO SOMOS CONTRA O CAPACETE – há quem se sinta mais seguro e confortável pedalando com capacete.
Somos contra campanhas que defendem a obrigatoriedade e que querem fazer crer, erradamente:
– que a utilização da bicicleta é mais perigosa do que na realidade é;
– que usar capacete confere maior protecção, do que na realidade oferece.
A divulgação consta de um folheto e crachá alusivo. Para aceder ao folheto clique aqui (texto traduzido em baixo)
RECORDAMOS QUE EM EVENTOS DE CARÁTER DESPORTIVO (CICLISMO E BTT) A FPCUB RECOMENDA A UTILIZAÇÃO DO CAPACETE A TODOS OS PARTICIPANTES
Posição sobre Capacetes:
Tipicamente os utilizadores de bicicleta têm uma esperança de vida maior e uma vida mais saudável; danos sérios ao nível da cabeça são raros e a evidência a favor da obrigatoriedade do uso do capacete é fraca.
O principal efeito das leis que obrigam a utilização do capacete não tem sido o aumento da segurança dos ciclistas mas sim o desencorajar da utilização da bicicleta, tendo como consequência a diminuição da saúde e de outros benefícios.
Apelamos às autoridades que:
– se foquem em medidas que promovam a utilização da bicicleta e o bem estar dos utilizadores;
– reconheçam que os benefícios da utilização da bicicleta são muito superiores aos riscos;
– não obriguem a utilização conpulsiva do capacete sem evidências de que isso será mais benéfico em termos de custos-benefícios do que outras iniciativas de segurança.
Leis pró capacete desencorajam a utilização da bicicleta:
A obrigatoriedade do uso de capacete implementado em alguns países originou a diminuição do número de utilizadores de bicicleta e fez com que não fossem implementadas medidas de segurança.
Os utilizadores de bicicleta sofrem menos danos ao nível da cabeça do que os pedestres e o automobilistas. Assim também os peões e automobilistas deveriam utilizar capacete.
Os capacetes não prevêem acidentes, só ruas e estradas seguras e educação rodoviária podem prevenir acidentes.
Leis e propaganda pró capacete só criam a noção errada por parte dos governos e companhias de seguros de que a vítima é que deve ser punida evitando assim medidas de protecção do utilizador de bicicleta.
A utilização da bicicleta é uma actividade saudável cujos benefícios superam em muito os riscos
Um estudo em Copenhagen (Anderson 2000) concluiu que as pessoas que pedalam regularmente têm uma taxa de mortalidade 29% menor do que os que não pedalam.
Um adulto que utilize regularmente a bicicleta terá um nível de fitness equivalente a uma pessoa 10 anos mais nova (Tuxworth 1986) e uma esperança de vida 2 anos acima da média.
Os benefícios da utilização da bicicleta para a saúde superam os riscos envolvidos num facrtor de 20:1 graças aos anos de vida que acrescentam (Hillman 1993).
Um estudo de 2003 do departamento de transportes britânico comparou o número de 114 mortes em acidentes de bicicletas com 30.000 mortes por obesidade e 42.000 por ataque cardíaco.
Os capacetes fazem pouco pelo aumento da segurança. A melhor forma de aumentar a segurança dos utilizadores de bicicleta é promovendo esta actividade!
O risco da utilização da bicicleta é reduzido.
Ao contrários dos capacetes para motocilistas os capacetes para bicicleta são mais leves, pouco rígidos e quebram-se com o impacto e têm-se revelado inúteis em muitos acidentes por choque suficientemente sérios e que causam danos fatais ao nível da cabeça.
O aumento da utilização do capacete (em países como a Austrália e Nova Zelândia onde é obrigatório) não aumentou a segurança e diminuiu a utilização da bicicleta.
Os utilizadores de bicicleta só estarão mais seguros se cada vez existirem mais utilizadores. Ao reduzir a utilização da bicicleta a utilização do capacete reduz também a “segurança em números”. No gráfico pode ver-se uma comparação entre a % da utilização da bicicleta em vários países e as mortes por km pedalado. À frente de cada país (entre parentesis) aparece a percentagem de utilização de capacetes. Conclui-se que nos países onde mais se pedala menos se usa o capacete e menos mortes ocorrem (como é o caso da Holanda).
LEIA AQUI UM COMUNICADO DA FPCUB SOBRE ESTE ASSUNTO DATADO DE AGOSTO DE 2008